Já corre pelas redes sociais a última capa do Charlie Hebdo.
Sou assinante desde os anos noventa, quando o meu pai
morreu prematuramente, do Charlie Hebdo. Ele era assinante desde os anos
sessenta. Relíquias que guardo com imensa ‘devoção’.
Quando soube deste atentado em Paris, achei que o facto
de todos terem criticado o Charlie Hebdo quando foi vítima do terrorismo, tinha
minimizado os riscos que os franceses, nomeadamente, corriam. Mesmo o estado
Francês não deu a devida importância a todos os franceses e europeus que têm
ido e vindo de campos de treino na Síria. Não, o ataque terrorista não fora apenas ao
jornal e ainda menos ‘porque eles ofenderam ou porque não têm respeito’.
A capa desta semana não vai incendiar mais os
terroristas, como para aí se diz, para isso basta a guerra que a França está a
desenvolver contra o DAESH.
Quem critica o Charlie Hebdo por ofensas e por mau
jornalismo não conhece este jornal nem sabe do seu percurso.
É um jornal que se pautua pela
critica mordaz e humorística e tem sim senhor imensa graça. Diz mal de todos e
então se querem falar de ofensas, vamos a elas: ofendem os católicos, os protestantes,
os judeus, os muçulmanos, o Papa, Cristo Maomé e Jeová, os heterossexuais, os
gay, as lésbicas, o estado francês, os actores políticos, os escritores, os
actores e actrizes, e etc.
Terá algum sentido falar de
ofensa? Quando o António, cartoonista português, pôs um preservativo no nariz
do Papa, alguém se lembrou de dizer que ele estava a ofender os católicos? Ah,
sim, alguns facciosos que não têm nenhum sentido de humor e nem sabem o que é a
mordacidade.
Poupem-me nas críticas ao Charlie
Hebdo. Agradecia imenso.